terça-feira, 14 de dezembro de 2010

QUANDO A TRISTEZA É BOA!

Olá!
Recebi esse e-mail de uma amiga, gostei tanto que achei interessante postar.
Minha amiga é terapeuta e antes de passar um texto de Crônicas do Frank, ela fez uma análise sobre o assunto

" Tristeza e depressão não são a mesma coisa. Depressão é doença, tristeza é saúde.
É necessário um pouco de tristeza para apreciar melhor a vida. É necessária alguma tristeza para conhecer a alegria. É preciso também o triste para ser criativo.
Depressão não é tristeza. Depressão é revolta contra a tristeza, contra a vida, contra o mundo. Depressão é não se permitir ficar triste, é querer fugir da tristeza, é não aceitar a tristeza como parte da vidae, portanto, não aceitar a vida como ela se apresenta.
Se não houver tristeza, não há amadurecimento. Se não houver tristeza, não há desafios. Se não houver o triste, não pode haver o alegre, pois o alegre não se reconhecerá,.
A depressão escolhe ser triste. A tristeza apenas aceita "estar" triste. E ser triste não é o mesmo que estar triste.
Enquanto a depressão se recolhe para uma casa sem portas e sem janelas, a tristeza fecha portas e janelas na tempestade para abri-las quando o sol voltar a brilhar!!"
por Maisa Intelisano

Crônicas do Frank : Quando a tristeza é boa!!!!

"Há males que vem para o bem" repetia Luka, querendo se atirar do quinto andar, sentindo que a vida não valia a pena.
"Depressiva!" Ela era agora um rótulo, parte daquela gente depressiva, parte daquela gente esquisita, as "doidas", gente que precisava de remédio, que diferente das outras pessoas, não aguentou o tranco de encarar o tédio, a vida sem graça, a rotina, e abraçou a desgraça.
Olhando o frasco de remédio em cima da mesa, ela prometeu a si mesma, que não tomaria uma pílula sequer, nem ligaria para o terapeuta recomendado pelo psiquiatra, o médico de loucos e lukas.
Culpou a sua mãe, pois por causa dela, Luka tinha nascido com defeito. Depois culpou a si mesma, culpou o mundo; daí jogou todas as pedras na vida; depois de várias recaídas, bebida e bebidas, foi aconselhada por uma amiga a pedir ajuda. Foi visitar os homens de branco, saiu de lá com uma receita tarja preta e um telefone no bolso.
Agora, precisava tomar uma decisão: o gás, a queda ou o remédio?
E foi pensando nisso que ela se deu conta de algo que nunca imaginara, toda aquela fase dela daria uma boa peça de teatro: Luka, a Louca! A depressiva suicida, em dúvida entre se curar ou se matar. Foi só pensar nisso, que achou graça da desgraça dela e começou a criar...
Concentrando-se em seu drama, ela imaginou a cena, a fala, e correu para o caderno, pegou a caneta e começou a escrever uma peça prontinha e quanto mais escrevia sobre a peça, mais refletia sobre a sua vida, sobre o que levara aquela personagem chamada Luka a pensar tanta bobagem, afinal a vida era bonita, é bonita!
Na peça, ela contava tudo pelo que passara. Desde o momento em que fora diagnosticada, até o instante que compreendeu que a sua doença não era frescura e ao procurar pela cura, com a ajuda do seu psicanalista, esbarrou no que queria, finalmente, fazer da sua vida: a arte!
Fim da cena! Todos Aplaudaem!

A peça é um verdadeiro sucesso. Percorre o Brasil, recebe vários prêmios.
Rende discussões, estudos sobre o assunto tão tabu sendo visto por outro ângulo: não seria a tristeza que desemboca em depressão, uma passagem necessária da vida, para alguns? Quem nunca ficou triste? Ser feliz o tempo todo é coisa de cinema!
É claro, refletiram os críticos, a autora não define bem em sua peça, as diferenças entre tristeza e depressão. Porém, ao levantar a discussão sobre o assunto, o público volta para casa mais leve, sem o peso de precisar ser alegre o tempo todo e sabendo que em caso de tristeza agúda ou depressão iniciada, buscar ajuda é o melhor remédio para perceber que essas fases da nossa jornada podem ser decisivas para nos mostrar como está a nossa vida e a direção que podemos tomar para o que vem em seguida.
Sim, é possível extrair bondade das coisas ruíns; assim como a tristeza pode ser, no final das contas e dos contos, uma coisa boa.

Por Frank Oliveira

Gostei muito deste texto, por isso trancrevi aqui.
Passei por um desses momentos que nos vemos tão perdidas que não conseguimos pensar direito, isso quando tive depressão pós parto. (coisa que antes achava "frescura", que engano! - existe sim e faz parte da nossa evolução e crescimento como mães).
É muito bom procurar ajuda, descobrir que isso pode fazer parte da nossa evolução e que a superação é muito gratificante.
Esse texto faz também refletir sobre vários pensamentos que criamos e acreditamos ser corretos e nem sempre são, depois que iniciei terapia percebi como criamos pré-conceitos que acabam atrapalhando tanto a nossa vida.
Adorei quando eles falam que não precisamos ter a obrigação de ser feliz o "tempo todo" que estar triste de vez enquando faz parte. Estamos chegando no tempo de festas e nessa época desejamos tudo de melhor para todos, mas depois desse texto gostaria de aproveitar para desejar sim um Natal maravilhoso e um Ano Novo próspero e feliz para todos, mas também gostaria de desejar uma vida repleta de verdade, de realizações mas de tropeços também, porque eles nos ajudam a crescer e muito. De alegrias mas também de dificuldades necessárias para que possamos dar valor a tudo que conquistamos e com isso poder agradecer todos os dias a Deus não só pelo que conquistamos mas também agradecermos nas pessoas melhores que nos tornamos com todos os ensinamentos que sutilmente (e as vezes tão difícil de compreender na hora que aparecem) ele coloca em nossas vidas.
Que Deus ilumine a todos e que possamos sempre caminhar para o melhor .

Beijinhos no coração

Baiana